Atendimento Psicanalítico
O mago do psiquismo.
Marco histórico e um delineador na condição humana
no que diz respeito ao conhecimento de si mesmo, Sigmund Freud, idealizador do
que hoje temos como essencial esfera para que possamos nos conhecer melhor e
conhecer e termos entendimento do que está na verdade por trás das nossas ações
visíveis, das nossas palavras, dos minúsculos movimentos corporais e de tudo
aquilo que diz respeito ao invisível mundo dos nossos desejos, é sem dúvidas
com o seu “A Interpretação dos Sonhos” que se dá o pontapé inicial, para se desvendar
os mistérios do maravilhoso e ainda hostil, mundo do Inconsciente.
O livro tem data referencial de 1900, e data uma
virada num século promissor para que venham à tona tudo aquilo que está
recalcado e em forma de sonhos, se manifestasse e de maneira coerente, pudessem
ser trabalhados pelo terapeuta, aliviando assim os sintomas que atormentavam já
naquela época, as pessoas acometidas por problemas psicológicos.
Longe de resolverem os problemas da época, várias
formas de tratamentos eram compostas no “menu” dos médicos que ainda um tanto
atônitos, não se inflamavam, e abstêmios e descrentes, ainda não aceitavam com
bons olhos a novidade que estava sendo proposta pela novíssima ciência ainda no
seu cerne.
Estava sendo exposto, “A Interpretação dos sonhos”
por Freud, como uma das bases para o tratamento de neuroses que acompanhavam um
universo grande de pessoas. Num tempo em que a manifestação do desejo era
fortemente recalcada, também, por conta de uma sociedade que priorizava o homem
enquanto chefes em detrimento da própria família, e isso impedia que as
vontades das mulheres, consequentemente dos filhos se manifestassem.
As pessoas eram recebidas no consultório e de
maneira simples, falavam sobre suas angústias. Eram feitas associações entre o
que se dizia e suas verdadeiras intenções, armazenadas nas entranhas do
Inconsciente. O consciente esconde o que o Inconsciente deseja revelar. Freud,
de fato com todo o seu talento de médico já há alguns anos, mas latente no
desejo de cura através da palavra, entendia que o que se falava era apenas uma
parte insignificante do que realmente estava oculto.
Os sonhos vinham como um revelador do que estava
sendo desejado durante o dia por seus pacientes, mas os sonhos repetitivos eram
os que mais interessavam, haja visto que se entendia que num caso assim,
precisava ser colocado para “fora do Inconsciente” o que se manifestava
repetidamente, como que se necessitasse sair para que a pessoa pudesse ter a
saúde reabilitada ou obtivesse a cura após a percepção da verdadeira causa da
neurose. Na época a Histeria era a grande neurose perseguida pelo pai da nova
ciência.
O livro “A Interpretação dos Sonhos” tem recheio
das experiências do próprio Freud que sempre teve por hábito, anotar tudo
aquilo que se manifestasse e que pudesse um dia se tornar fonte de estudo para,
e como de fato fora, um “manual” de procedimentos naquela que se tornou a sua
maior invenção: A psicanálise.
Mais de um século após Freud dar os primeiros
passos no desdobramento daquilo que seria conhecido como a psicanálise, muitas
doenças surgiram ou apenas transferiam-se os sintomas de lugar no corpo.
Neuroses que deram início a pesquisa e constatação dos estudos psicanalíticos
como a “Histeria”, ainda hoje existem, mas muita coisa mudou por conta também
do avanço científico na medicina, como medicamentos inibidores de sintomas,
alguns sem sombras de dúvidas atenuam as dores causadas por doenças terminais
por exemplo.
Novas doenças surgem quase que diariamente, mas que
se investigadas, nos dão parecer de que estão ligadas as modalidades antigas e
que emocionalmente falam muita coisa e remete sempre a infância perdida nos
seus traumas e angústias na idade adulta.
Na psicanálise, o Ego é aquela instância a qual necessita negociar
constantemente com os instintos, representados pelo Id e a partir do começo da
sua formação passamos a compreender que as nossas escolhas têm consequências.
Ao fecharmos nosso Ego, o que acontece por volta dos 6 anos de idade, cada vez
mais inflamos este mesmo Ego e através de mecanismos de defesa, tratamos de
esconder a identidade obscura do nosso self com o passar do tempo, impedindo
que esta identidade se manifeste e consigamos negociar com o mundo externo novas
passibilidades de uma estadia no mundo a qual seja saciado nossos prazeres
mesmo que fracionados.
Há um preço a ser pago pela fuga do nosso verdadeiro, eu, ou o self.
Deixamos em estado vulnerável o organismo que fica propício ao surgimento de
doenças. Na busca de uma saída para aniquilar a doença, mais a fundamentamos.
Passamos a uma busca desenfreada pela suposta saúde perdida e ao
adotarmos uma nova modalidade seja na alimentação, métodos de tratamentos
médicos, atividades físicas ou mudança de hábitos, mais fortalecemos as
doenças, afinal se estamos combatendo algo, é porque de fato, este algo existe.
É sabido em psicanálise que desde a mais tenra idade o ser humano passa
por algumas fases de desenvolvimento da personalidade. Freud desenvolve esta
perspectiva e fundamenta isso na sua teoria da sexualidade passando a explicar
por meio de estágios o desenvolvimento psicossexual da criança. Os primeiros
anos de vida são muito importantes para definir o desenvolvimento tanto da
personalidade bem como da sexualidade da criança.
As fases possuem suas devidas transições e isso acontece biologicamente
podendo ocorrer na fase posterior começar sem que a anterior tenha terminado.
Vale ressaltar que uma fase nunca finda totalmente e este processo acompanhará
o indivíduo por toda a vida.
Como a criança percebe a si mesma as pessoas e o
mundo a sua volta, também será determinante para a sua formação psicossexual.
Pessoas que não conseguem se expressar emocionalmente, possivelmente tiveram
problemas para fechar por assim dizer, algum destes estágios. Os mais diversos
sintomas que acompanham a vida adulta, podem estar ligados as fases as quais o
indivíduo ainda se encontra estreitamente ligado. A incapacidade de expressar
emocionalmente seus anseios, vontades ou desejos, dão evidencias de uma ligação
com estas falhas no processo da personalidade, bem como da sexualidade.